Magali Borne

Saturday, December 16, 2006

ECS 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS



Pelo que já escrevi, se pode ver que Paulo Freire faz parte da minha caminhada e agora volto a tê-lo como companheiro mais próximo, hoje de maneira um pouco diferente, hoje eu consigo entender com clareza o que ele queria dizer quando escreveu:
“Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”
E construir um ser humano é uma tarefa de grande responsabilidade e lendo o livro “Pedagogia da Autonomia” sente-se que somos uma peça importantíssima e que precisamos também, quase que sermos “mágicos” e dentro desta magia precisamos aliar, rigor, ética, humildade, tolerância, esperança, segurança, amor e tantos outros atributos que se paro para pensar, até assusta.
Mas aí é o momento que, como educadora, passo a rever os anos de trabalho e vejo muitos exemplos de construção positiva. Relembro dos desacertos com determinados alunos e que ao te encontrarem na rua te agradecem a atitude tomada na época.
Tive a 3 ou 4 anos atrás uma menina, na 2ª série em que estava trabalhando, que chorava todos os dias, qualquer coisa era motivo de lágrimas, foram muitas e muitas lágrimas até que chegou o dia que eu cansei, pois não havia um motivo para tal e eu já no desespero, disse a ela que nesse dia ela clã deveria chorar todas as lágrimas que pudesse e que não deveria se repetir, pois esta atitude estava ultrapassada. E ela me obedeceu, chorou um monte que até me preocupei, mas a mágica aconteceu, ela não chorou mais, ela ainda hoje está na mesma escola, é uma menina alegre, confiante. Teve a perda da mãe este ano e continua com firmeza, não sei se foi a minha atitude somente, mas que ajudou, ajudou e eu tenho a plena convicção que naquele momento e nos anteriores eu agi com amor, tolerância, rigidez e depositei na minha atitude a esperança de vê-la melhor.
É por isso que precisamos salientar, assim como Paulo Freire, salienta no final do seu livro:
“Lidamos com gente, gente que sonha, que tem esperanças. Não podemos estimular sonhos impossíveis, mas não temos o direito de negar a quem sonha o direito de sonhar.
Lidamos com gente e não com coisas”.
Não somos terapeutas mas temos o dever de sermos éticos nas nossas atitudes.
Muitos devem ser os nossos ensinamentos e muito amor deve ser dispensado.
Assim que não somos escritores de histórias, mas para muitos fazemos a história.
Quanto ao trabalho, até duvido que fiz parte como personagem, mas consegui refletir e ver em quantos momentos da minha história profissional houveram “problemas” que obtiveram “soluções”.
O final da história!!!!
Eu acho que assim é o final de todas as nossas histórias, é de alegria, de preocupação, e até desespero, mas sempre é um final feliz , pois estamos na luta, na luta por um mundo melhor e somos cada vez mais importantes na formação da história da passagem de cada um dos nossos alunos.
E que nós possamos utilizar, pelo menos um pouco, da experiência de Paulo Freire na construção do nosso cotidiano e que todos os relatos e depoimentos de nossas colegas possam também acrescentar e principalmente nos façam acreditar que tudo podemos, basta querer.

1 Comments:

At 7:07 AM, Blogger Suzana Gutierrez said...

Que bom que esta atividade proporcionou este olhar para o nosso Ser Professora e possibilitou centrar a nossa reflexão na nossa prática.
Magali, parabéns pelas atividades bem realizadas. O final do semestre está chegando e breve tod@as nós poderemos descansar satisfeit@s pelo bom trabalho realizado.

abraço,
Suzana
*lá na wikistorias tem um espaço para nos desejarmos Feliz Natal :)

 

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